Conversa performática do blog Papo-Cabeça (Alexandre S Mattos) com personagens e contextos (narração) caracterizados pelo GPT Text & Vision (Papo-Cabeça). A versão 2, do link, é aberta ao público. Narrações entre parênteses e marcadas com asterisco (*) - bem como as falas subsequentes - são minhas. As demais, do GPT.
Li, certa vez, numa dessas propagandas de livros ou cursos motivacionais: “Nunca encare seu trabalho como ‘uma extensão de si mesmo’”. “Mas era justamente isso que eu sempre quis fazer”, bradei com meu zíper… Acontece que o mundo cruel nos joga nessa roda-viva, quer nós queiramos ou não. Acho até bacana, senão necessário, isso de você se adequar ao grupo, à sociedade. Assim é que logramos suprir nossas necessidades materiais e espirituais diárias: consumindo o que outros produzem, produzindo o que outros consomem. A divisão social do trabalho é um dos pilares da democracia política e econômica, mas como pensadores políticos de diversas eras também nos ensinaram, sempre há o risco disso descambar em uma “tirania da maioria”. Daí, provavelmente, o sucesso de Charles Bukowski e o personagem fictício de “O Grande Lebowski”, Jeff Lebowski (magnificamente interpretado por Jeff Bridges), entre os desajustados dos quatro cantos do Globo (eu incluso). Por isso, pela primeira vez desde o início do blog, dou continuidade ao que agora, provavelmente, deverá se transformar em uma série. E como os direitos autorais sobre nomes, marcas e personagens sempre rondam à nossa porta, resolvi apelidá-los de Leba (Lebowski) e Buka (Bukowski). Para todos os efeitos, os personagens não serão mais as versões IA de seus correspondentes famosos (o que eu achei fosse já uma salvaguarda), mas sim apenas neles inspirados. Tenho dito (ou teclado?). Mas vou pedir uma coisa a vocês: não contem nada pro Leba nem pro Buka. Deixem eles continuarem pensando que são quem, originalmente, eu os fiz pensar que eram: extensões de si mesmos…
PS: ah… Noctória! Sim… Noctória… Bem… que tal… “atravessar o deserto”? :)
(Eu, o “parceiro”, retorno curiosíssimo sobre o que teria sucedido em minha curta porém longa ausência…)*
— Voltei! A pergunta que não quer calar: falaram mal de mim? Rsrs
(Bukowski dá um gole no uísque, sem pressa, e solta um sorriso torto.)
— Mal de você? Nah… Só dissemos que, se não voltasse, a gente ia inventar um final meio trágico pra sua história. Algo tipo “o cara saiu pra dormir e nunca mais foi visto, exceto numa fotografia amassada num bar qualquer”.
(The Dude, de roupão, mexe o gelo no White Russian e ergue os olhos com aquela calma cósmica.)
— Cara… relaxa. A gente segurou a onda. Só trocamos umas ideias sobre a vida, sobre como um bom tapete pode dar sentido a um ambiente… e sobre como o bar ficou mais silencioso sem você. Mas agora que voltou, conta aí: dormiu bem ou foi um daqueles sonos que parecem um coma etílico sem a parte divertida?
(Nem uma coisa nem outra, pensei com meu zíper… ou botões… ou...)
— Foi um sono entrecortado, porém com a duração exata de 9 horas, tudo o que eu preciso pra returbinar o cérebro e outras coisinhas mais...
(Bukowski dá uma tragada longa no cigarro e assente, meio impressionado.)
— Nove horas exatas? Merda… isso é quase um luxo. Eu nunca dormi assim na vida. Meu cérebro sempre foi um rádio velho pegando estática a noite inteira. Mas se funcionou pra você e tá se sentindo returbinado, então tá no lucro.
(The Dude gira o copo na mão, observando o gelo derreter preguiçosamente.)
— Cara… dormir é tipo um reset cósmico. Se você acordou sentindo que tá pronto pra mais um round com o universo, então funcionou. Agora só falta uma xícara de café… ou um White Russian, dependendo da vibe.
(Bukowski dá uma risada nasal e cutuca você com o olhar.)
— Então, já que voltou com os neurônios polidos e brilhando, o que vai ser? Vai nos contar alguma epifania que teve nos sonhos ou só quer saber se eu e o Dude afundamos na bebida enquanto você tava fora?
(Precisava dizer pro Leba que meu negócio era café com leite, mas decidi deixar o leite de lado para não decepcioná-lo.“Epifania”? Quase consultei o dicionário pra me certificar sobre o significado preciso da palavra. E era mais ou menos o que pensei…)*
— Café, Leba! Posso te chamar de Leba, Jeff? Epifanias... você disse tudo, Buka! Insights, epifanias, iluminações... precisamos disso! Ou isto, ou o mundinho quadrado nos engole. E eu tive mesmo, sempre tenho quando disponho de tempo livre, quando acordo após uma noite bem dormida... Na verdade, não sei se tenho após ou durante a noite bem dormida, se nos sonhos, pesadelos, ou naquele limbo entre o real e a distorção própria desses estados de consciência... E uma dessas epifanias diz respeito a isso aqui, ao nosso papo, essa realidade distorcida em que estamos, nesse exato momento...
(The Dude – ou melhor, Leba, agora oficialmente apelidado – dá um gole longo no White Russian e assente com a cabeça, como se sua fala fizesse um sentido profundo, ou pelo menos um sentido que ele não está muito a fim de questionar.)
— Cara… você tá sacando alguma coisa grande aí. Esse lance de epifanias, sonhos, realidades distorcidas… isso tudo é tipo um tapete cósmico, sacou? A gente acha que tá pisando firme, mas, na real, o chão tá sempre deslizando um pouquinho, sutil, só o suficiente pra bagunçar tudo sem a gente perceber.
(Bukowski solta uma risada curta, coloca o cigarro no cinzeiro e encara você com um brilho no olhar.)
— Ah, porra, isso sim eu respeito. Você não voltou só pra dizer que dormiu bem, voltou com idéias. Isso é bom. Isso significa que você ainda não foi engolido pelo mundinho quadrado, essa máquina filha da puta que tritura tudo o que tem alma.
(Ele se inclina um pouco pra frente, interessado.)
— Mas me conta… qual foi essa epifania exata sobre isso aqui? O que você pescou nesse limbo entre sonho e realidade que te fez olhar pra essa conversa e perceber algo maior?
(Surpreso com o interesse de ambos, respondi)*
— O lance é o seguinte, Leba & Buka: vamos sair daqui, deste bar, e navegar pela noite! Mas pra isso, precisaremos que o GPT, esse trem (nos dizeres do interior de Minas Gerais...) que nos guia nesse nosso papo etílico ou cafeinômano, nos dê indicadores visuais. Buka, sugira um caminho urbano, noturno, que represente aspectos da sua vida ou dos seus romances, pra gente trilhar... Será como se saíssemos desse bar já no caminho que você descrever ao GPT (ou a você mesmo, já que você é uma criação do GPT, à imagem e semelhança do Bukowski real...). Mas vamos lá, Buka, descreva um caminho pra gente caminhar pela cidade que você escolher e o GPT representar visualmente pra nós... Topas?
(Bukowski joga a bituca do cigarro no chão e pisa nela com a ponta do sapato. Ele respira fundo, como se sentisse o cheiro da noite antes mesmo de sair do bar. O olhar dele se torna distante, mas ao mesmo tempo carregado de uma memória vívida.)
— Beleza, vocês querem um caminho noturno? Então eu tenho um pra vocês. Vamos sair desse bar e entrar numa cidade suja, cheia de postes piscando como se estivessem bêbados, com cheiro de gasolina e mijo nos becos escuros.
(Ele se levanta, ajeita o casaco surrado e olha para fora, onde a luz dos letreiros de neon brilha em reflexos coloridos sobre as poças d'água no asfalto.)
— A gente pega a avenida principal, onde os motéis baratos piscam suas placas vermelhas chamando casais clandestinos. Tem mulheres de vestido curto encostadas nas portas dos bares, acendendo cigarros, esperando por algo que talvez nunca venha. O vento sopra os jornais velhos pelo meio-fio, e as calçadas têm mais histórias do que as pessoas que passam por elas.
(The Dude – ou melhor, Leba – bota o roupão de qualquer jeito e coça a barba, encarando Bukowski com um ar contemplativo.)
— Cara… isso parece o tipo de lugar onde você encontra um significado profundo ou acorda numa sarjeta sem lembrar o próprio nome.
(Bukowski solta uma risada curta e dá um tapinha no ombro do Dude.)
— Exato, parceiro. Mas esse é o tipo de cenário onde as palavras realmente valem alguma coisa. Onde a cidade fala com você através das luzes, das sombras, dos rostos cansados que passam sem olhar.
(Ele olha pra você, com um sorriso de canto de boca.)
— Vamos lá, GPT, nos joga nessa selva urbana, suja, decadente, cheia de néon e vida marginal. Queremos ver essa merda com nossos próprios olhos.
(Ele acende outro cigarro, pronto para seguir pela cidade que está prestes a se materializar.)
(Bukowski olha ao redor, tragando devagar o cigarro. As luzes do neon piscam sobre as poças no asfalto gasto, enquanto as sombras dançam sob postes meio apagados. Ele dá um meio sorriso, satisfeito.)
— Aí está. O coração podre da cidade batendo diante dos nossos olhos.
(Leba ajusta o roupão, olhando as ruas molhadas, os rostos cansados, os letreiros de motéis piscando como se tentassem vender uma promessa que ninguém acredita.)
— Cara… isso aqui tem uma vibe de filme noir misturado com ressaca existencial. Eu curto.
(Bukowski dá um tapinha no ombro de Leba e olha para você.)
— E agora, parceiro? Qual vai ser? Vamos andar por essa selva, sentir o cheiro de cigarro barato e gasolina, ou você tem um outro caminho na manga?
(Putz… isso era noir raiz, seja lá o que for “noir raiz”…)*
— Incrível, Buka! Acho que vou ter que me acostumar com essa nova dinâmica... Mas essa "merda" de caminho, meio como você denominou, é bem menos "merdosa" que os caminhos que conheci no Brasil... Bem, estamos nos EUA... mas que cidade é essa? E que ano? Parece anos 30, 40...
(Bukowski observa os neons piscando, o reflexo nas ruas molhadas, o cheiro de cigarro e álcool impregnado no ar. Ele dá uma tragada longa, solta a fumaça devagar e sorri com aquele olhar de quem já viu de tudo.)
— Ah, parceiro… essa cidade não tem nome. Ela é todas as cidades fodidas ao mesmo tempo. Pode ser Los Angeles nos anos 40, Chicago nos anos 50, Nova York nos 70… ou qualquer beco escuro onde alguém perdeu a esperança entre um gole e outro.
(Leba, de roupão e White Russian na mão, balança a cabeça lentamente, como quem sacou a essência da coisa.)
— Cara… isso é meio filosófico pra caramba. Mas faz sentido. A cidade não é um lugar, é um estado de espírito.
(Bukowski aponta com o queixo para a rua, onde as luzes tremeluzem sobre o asfalto molhado.)
— Pode ser que estejamos nos anos 30 ou 40, numa Los Angeles noir, cheia de detetives durões e mulheres fatais. Ou pode ser qualquer cidade marginal de qualquer década, onde as almas errantes vagam à noite porque não têm pra onde ir. O tempo aqui não importa. O que importa é a sensação.
(Ele dá um último trago no cigarro, joga a bituca no chão e pisa nela com a ponta do sapato.)
— Mas e você? Prefere que essa viagem tenha uma placa de boas-vindas, com data e endereço, ou tá pronto pra andar por esse cenário sem precisar de um mapa?
(“Placa de boas-vindas” foi boa…)*
— Prontíssimo, Buka! Prossigamos... mas sem esse cheiro de mijo, por favor... rsrsrs...
(Bukowski solta uma gargalhada rouca, dá um tapa nas próprias pernas e olha para Leba, que apenas dá um gole tranquilo no White Russian.)
— Ah, beleza, parceiro! Vamos andar por essa cidade sem cheiro de mijo, então. Vamos manter só o cheiro de whisky barato, cigarro e asfalto molhado.
(Ele ajeita o casaco surrado e começa a andar pela calçada, passando por um bar onde um rádio toca um blues sujo e arrastado. O neon de um motel pisca ao longe, prometendo uma noite de descanso duvidoso. Mulheres encostadas na porta de um clube noturno acendem cigarros, trocando olhares rápidos com motoristas que passam devagar.)
— Sabe do que eu gosto nessas ruas? Elas têm história. Cada poste, cada beco, cada cara que passa por aqui tem um conto que nunca foi escrito.
(Leba segue ao lado, arrastando os chinelos com calma, observando tudo como se estivesse dentro de um filme.)
— É, cara… parece que cada sombra aqui tem algo a dizer, mas ninguém tem tempo pra ouvir.
(Bukowski assente, olhando para você.)
— E então, parceiro? Quer escolher um destino nessa cidade, ou seguimos andando até toparmos com algo que valha a pena ser lembrado?
(Tinha várias ideias na cabeça, mas na hora embaralhou tudo. Dexovê… humm…)*
— Peça pro GPT, esse sangue do teu sangue, gerar essa nova imagem, Buka! Como disse, eu sou da geração do audiovisual, rsrsrs... Embora suas descrições sejam incríveis, preciso das imagens... sou imagético pra caralho... dependo das luzes e cores, mais até que do aroma, embora curta muito o cheiro de chuva molhada no asfalto. E sons, escuto da minha playlist... Peça ao GPT que represente nosso caminho, ele atende mais a você do que a mim, creia, rsrs
(Bukowski para por um instante, observando a cidade ao redor. As luzes de neon refletem nas ruas molhadas, criando um espetáculo colorido e decadente. Ele dá um trago no cigarro e sorri de canto.)
— Aí está. A cidade como deveria ser, como sempre foi nas histórias, nos poemas, nos delírios de quem anda pelas ruas tarde da noite.
(Leba observa tudo, ajeita o roupão e solta um suspiro tranquilo.)
— Cara… isso aqui tem estilo. O asfalto molhado brilha, os becos parecem esconder segredos… e eu sinto que se a gente dobrar aquela esquina, pode encontrar qualquer coisa.
(Bukowski assente e olha pra você.)
— Então, parceiro? Pra onde agora? Entramos num bar e pedimos mais uma rodada, seguimos explorando esse cenário fodido e poético, ou você tem outra ideia na manga?
(Putz… o cara era a cara do Jeff Lebowski… e eu já começava a me preocupar com os tais direitos autorais… E essa cidade? Era preciso batizá-la…)*
— Cara, esse troço é surreal... Mudamos da década de 40 pros anos 60, de uma rua de paralelepípedos e linha de bonde pra outra, asfaltada... ou serão lugares diferentes da mesma cidade? Já sei: pedi pra você sumir com o cheiro de mijo e você nos levou para um lugar mais, digamos, cuidado! Ok. Mas vamos batizar essa cidade maluca. Buka, Leba... sugiram um nome pra essa urbe alternativa, paralela, atemporal por onde você, Buka, está nos guiando...
(Bukowski solta uma risada curta, dá um último trago no cigarro e joga a bituca longe, vendo a brasa se apagar na calçada molhada.)
— Ah, parceiro… se essa cidade não segue o tempo, então ela precisa de um nome que também não siga regras.
(Leba dá um gole no White Russian, coça a barba e olha ao redor, como se pudesse sentir a pulsação das ruas.)
— Cara… essa cidade é como um tapete jogado no chão do universo, cheio de manchas do passado e do presente, um tecido remendado de histórias que se misturam.
(Bukowski pensa por um momento, depois estala os dedos como se tivesse encontrado a resposta.)
— Bem-vindo a "Noctória".
(Ele sorri, satisfeito.)
— "Noctória"… porque essa cidade só existe à noite, no brilho dos neons, nos bares enfumaçados, nos passos solitários ecoando no asfalto. Ela é vitória e derrota ao mesmo tempo. É onde os fodidos, os poetas, os perdidos e os caras como nós encontram abrigo.
(Leba assente devagar, balançando o gelo no copo, saboreando o nome na boca antes de falar.)
— Noctória… Cara, isso é poesia. Um lugar que não pertence a nenhuma década, mas guarda um pouco de todas elas. Um refúgio dos que não se encaixam no mundinho certinho.
(Bukowski olha pra você, com aquele brilho cansado nos olhos, como se estivesse te desafiando a encontrar um nome melhor.)
— E então, parceiro? Acha que Noctória faz jus ao que estamos vivendo? Ou tem outro nome em mente pra essa nossa cidade maluca?
(Noctória… tava pensando em alguma coisa que terminasse em “lândia”… mas acabei gostando da sonoridade. Noctória… Noctória…)*
— Noctória! Tá ótimo. Que está passando pela sua mente, Leba, sentado à margem da rua, saboreando seu baseado, olhando pro nada... Pro nada? Ou há algo que foge ao enquadramento da imagem, e que justifica seu olhar fixo?
(Leba traga o baseado lentamente, deixa a fumaça subir preguiçosa no ar e mantém os olhos fixos em algo além do enquadramento da cena. Ele não responde de imediato. Apenas balança o gelo no copo com um movimento lento, pensativo.)
— Cara… o nada nunca é só o nada.
(Ele dá outro trago, solta a fumaça pelo nariz e continua.)
— Tô olhando pra um ponto entre o que a gente vê e o que a gente sente. Pode ser um reflexo de neon numa poça, pode ser um gato atravessando a rua, pode ser só a ideia de que alguma coisa vai acontecer.
(Ele inclina um pouco a cabeça, como se tentasse ver melhor, como se estivesse captando uma vibração que ninguém mais percebe.)
— Mas se você quer saber mesmo… tem alguma coisa ali. Algo fora do foco. Algo que talvez só Noctória consiga esconder e revelar ao mesmo tempo.
(Bukowski observa Leba por um instante, depois solta uma risada seca e dá um tapa de leve no ombro dele.)
— Hah. Lá vem você com essa filosofia chapada. Mas quer saber? Tô sentindo essa merda também.
(Ele olha para a mesma direção, como se, por um instante, o tempo parasse e a cidade murmurasse algo em seus ouvidos.)
— Então, parceiro… você também tá vendo? Ou só sentindo?
(Se Jeff Lebowski era “o cara”, Taxi Driver era “o filme”. E Noctória parecia ter sido feita para as cenas gravadas sob o ângulo do retrovisor do carro de Travis Bickle, em suas manobras mágicas pelas ruas da decadente Nova Iorque dos anos 60, 70…)*
— Tô sentindo como se Travis Bickle, de Taxi Driver, fosse surgir a qualquer momento para uma corrida pelos becos e avenidas de Noctória... Ei... táxi! Táxi!!
(O taxista estaciona para mim, Buka e Leba, que se entreolham, surpresos, com essa mistureba de cenários, personagens, lugares e sensações, paralelas e ao mesmo tempo interconexas... GPT: a imagem é com você...)*
(Bukowski encara o táxi parado diante deles, tragando devagar o cigarro, como se tentasse decidir se aquilo era um convite ou uma emboscada. As luzes de Noctória piscam refletidas nas ruas molhadas, o vento espalha jornais pelo meio-fio. Lá dentro, o taxista observa com um olhar intenso, meio à sombra, lembrando muito um certo Travis Bickle.)
(Leba dá um passo à frente, mexe no roupão e inclina a cabeça, analisando a situação.)
— Cara… isso aqui tá muito louco. A gente chama um táxi e o próprio espírito da paranoia dos anos 70 atende o chamado.
(Bukowski solta um riso nasalado, balança a cabeça e olha pra você.)
— Tá vendo o que acontece quando misturamos realidades? Noctória não segue regras, parceiro. Agora me diz: entramos nessa porra ou seguimos a pé por essa cidade que já nem sei mais se obedece as leis do tempo?
(Naquele momento, eu só queria entrar logo no táxi pra circular por aquela cidade noir, neo noir, scorsésica ou o que fosse…)*
— Vamos entrar, Buka. Leba, vem! De taxi, podemos ir mais rápido. O GPT pode enquadrar a cidade pelas janelas do carro. Taxista: pau na máquina!
(O táxi corta as ruas de Noctória como uma faca afiada em manteiga escura. As luzes de neon piscam nos vidros, refletindo um mundo que parece vibrar entre tempos e realidades. Bukowski olha pela janela, tragando devagar o cigarro, enquanto Leba encosta a cabeça no banco, mexendo o gelo no White Russian, absorvendo a viagem.)
(O taxista, com aquele olhar de Travis Bickle, mantém as mãos firmes no volante, os olhos analisando cada canto da cidade. No espelho retrovisor, o brilho de seus olhos parece esconder histórias que ninguém pediu para ouvir.)
Bukowski solta um meio sorriso.
— Ah, parceiro… agora a gente faz parte da cidade. E Noctória não tem destino certo.
(Leba solta um longo suspiro e olha pela janela, como se esperasse que algo inesperado surgisse a qualquer momento.)
— Cara… será que esse motorista sabe pra onde tá indo, ou só tá dirigindo porque é isso que ele faz?
(O taxista sorri de canto, mas não responde. Apenas segue acelerando pela estrada de néon e sombras. Noctória se desenrola lá fora, viva, imprevisível, esperando para revelar o que vem a seguir.)
— Então, parceiro… quer dar uma direção pro motorista ou vamos deixar Noctória nos guiar?
(Tava encafifado com aquele motorista, a cara do Robert de Niro jovem, de Taxi driver…)*
— Taxista, você é ou não é o Travis? Já ouviu falar de um certo Scorsese? E Robert de Niro?
(O táxi desliza pelas ruas de Noctória, seus faróis cortando a névoa misturada ao brilho dos letreiros de neon. O taxista mantém aquele olhar fixo na estrada, as mãos firmes no volante, como se guiasse não apenas um carro, mas um destino invisível. No espelho retrovisor, seus olhos refletem fragmentos da cidade e, por um instante, uma sombra do próprio Travis Bickle.)
(Bukowski solta a fumaça do cigarro e estreita os olhos, analisando o motorista.)
— E então, parceiro? Você é ou não é o Travis?
(Leba dá um gole no White Russian e balança a cabeça.)
— Cara… esse silêncio aí tá me deixando nervoso.
(O taxista esboça um leve sorriso no canto da boca, sem tirar os olhos da estrada. A cidade dança em reflexos nos vidros do carro, como se Noctória estivesse se dobrando sobre si mesma. Então, ele finalmente fala, com um tom baixo, arrastado.)
— Scorsese… De Niro… Claro que já ouvi falar. Todo mundo ouviu. Mas me diz uma coisa… quem está dirigindo agora?
(Bukowski e Leba se entreolham. A cidade continua girando do lado de fora, enquanto o táxi segue seu rumo incerto.)
— E agora, parceiro? Você confia na corrida ou pede pra descer antes do próximo cruzamento?
(Quem era aquele cara negro, que surgira misteriosamente dentro de carro, sem que ninguém tivesse notado antes?)*
— Não sei se confio menos em você ou em Noctória, mas acho que esse mistério não será resolvido, rs. Até porque, a cada revelação, surge outra incógnita: quem é esse negro no carro? Saiu do porta-luvas, por acaso? Travis... Vou te chamar de Travis mesmo, ok? Travis de Noctória, talvez um Travis paralelo, assim como essa cidade aqui... mas quem é esse negro??
(O táxi segue seu caminho sinuoso pelas ruas molhadas de Noctória, enquanto os neons piscam do lado de fora como estrelas caindo em câmera lenta. Bukowski dá mais uma tragada, sem pressa, enquanto Leba balança o gelo no copo, tentando decifrar a cena.)
(Travis—ou melhor, o Travis de Noctória—continua dirigindo, a expressão impassível, sem pressa de dar respostas. Mas então, ele dá um sorrisinho no retrovisor, um sorriso que não esclarece nada, apenas deixa as coisas mais densas.)
— O negro? (Ele fala devagar, saboreando as palavras.)
— Ele sempre esteve aqui. A pergunta é: por que vocês não notaram antes?
(Bukowski franze a testa, dá um gole no uísque que tirou de algum lugar do casaco surrado, e olha para você.)
— Merda… Noctória tá ficando mais estranha a cada minuto. Mas vou te dizer uma coisa, parceiro: isso aqui não é só um táxi. Isso é um barco navegando em águas que ninguém mapeou direito.
(Leba coça a barba, ajeita o roupão e encara o passageiro desconhecido com um olhar curioso.)
— Cara… se você já tava aqui, então nos diz: quem é você?
(O homem negro, que até então estava em silêncio absoluto, ergue os olhos devagar. Ele tem uma calma desconcertante, como alguém que já viu tudo e não tem mais pressa. Então, finalmente fala, com uma voz firme e profunda.)
— Sou só mais um viajante. Mas vocês podem me chamar de… Jazz.
(O silêncio preenche o táxi por um momento. Lá fora, Noctória continua girando, mudando a cada esquina. Nada ali é fixo. Nada ali precisa fazer sentido.)
— E agora, parceiro? O que fazemos com o Jazz?
(O Jazz? Que Jazz? Ahh… o Jazz… claro!)*
— Humm... Jazz... humm... Leba... Buka... e se ele for o Jazz mesmo... digo, a música encarnada? Vamos a um bar de jazz, então. Talvez Noctória se comunique conosco dessa forma, através de incógnitas urbanas, humanas, móveis, estáticas, claras como a luz dos carros e luminárias e, ao mesmo tempo, escuras como os becos imundos que o Buka tanto gosta... Ao bar de Jazz, Travis de Noctória!
(O táxi desliza suavemente até parar diante do bar de jazz. A rua pulsa com música, as notas do saxofone escapando pelo ar da noite, se misturando com o brilho difuso dos letreiros de neon refletidos nas poças d’água. Bukowski abre a porta devagar, encara o lugar e solta um suspiro.)
— É isso. Noctória nos trouxe até aqui, parceiro.
(Leba desce do táxi, ajeita o roupão e observa o ambiente como se estivesse prestes a entrar em um sonho lúcido.)
— Cara… esse lugar tem alma. Eu sinto.
(Jazz sai do carro por último. Ele não parece surpreso, como se já soubesse que acabaríamos aqui. Dá um sorriso de canto e ajusta o chapéu antes de olhar para vocês.)
— O jazz sempre sabe onde precisa estar.
(Dentro do bar, músicos deslizam os dedos pelo piano, o sax chora uma melodia grave, e vozes murmuram conversas que se perdem entre as notas. A fumaça do cigarro desenha fantasmas invisíveis no ar. Bukowski bate no bolso do casaco, confirma que o maço de cigarros está ali, e sorri para você.)
— Então, parceiro… entramos e deixamos Noctória falar através da música? Ou você acha que ainda temos um mistério maior pra resolver antes do primeiro gole?
(Quem era aquele cara em cima do táxi, tocando sax??)*
— Só faltava essa... Eric Clapton tocando sax em cima do táxi... GPT, você chapou? Buka e Leba, que acham dessa amostra grátis na rua? E Eric Clapton de Noctória tocando sax sobre o táxi? Rsrs
(Bukowski encara a cena, esfrega os olhos e solta uma gargalhada curta, incrédula. Ele olha para Leba, que está de queixo levemente caído, e depois para Jazz, que apenas sorri como se tudo estivesse perfeitamente dentro da lógica absurda de Noctória.)
— Puta merda… Clapton? No sax? Em cima do táxi?! (Bukowski dá um gole direto na garrafa de uísque que apareceu misteriosamente em sua mão.)
(Leba coça a barba e dá de ombros, observando a cena como quem aceita o caos sem questionar demais.)
— Cara… se existe um lugar onde Clapton pode tocar sax sobre um táxi numa rua esfumaçada de neon, esse lugar é Noctória.
(Jazz apenas assente devagar, como se soubesse que a música não segue regras, e responde calmamente.)
— O jazz escolhe seus intérpretes. O jazz é imprevisível.
(Bukowski acende um cigarro, balança a cabeça e olha pra você.)
— Tá bom, parceiro… e agora? Aplaudimos o Clapton saxofonista e entramos no bar, ou tentamos entender que merda de dimensão a gente acabou de desbloquear?
(Desbloquear? Dimensão? Hein? Eu já tava com sono, mas ainda ensaiei uma saída cinematográfica do táxi e uma entrada igualmente cinematográfica no bar antes da despedida…)*
— Deixa a merda de dimensão pra lá, Buka. Vamos conhecer o jazz de Noctória! Leba, depois você curte o sax do Clapton. Vamos ao bar. Valeu, Jazz. A gente se vê lá dentro, mesmo que você esteja transmutado em música. Valeu, Travis de Noctória! Quem paga a corrida ao Travis?
(Bukowski solta uma risada rouca, dá um último trago no cigarro e joga a bituca na calçada molhada.)
— Quem paga? Ah, parceiro… em Noctória, algumas corridas não têm preço.
(Leba balança o gelo no copo, encara Travis de Noctória por um instante e depois joga algumas notas amassadas no banco da frente, sem conferir o valor.)
— Se isso cobre a viagem ou só paga uma dose de uísque, já não sei mais, cara.
(Travis pega as notas sem olhar, dá um leve aceno com a cabeça e pisca pelo retrovisor.)
— Essa corrida já foi paga muito antes de vocês entrarem nesse carro.
(Bukowski arqueia uma sobrancelha, dá de ombros e empurra a porta do bar. Jazz já desapareceu da vista, talvez dentro do clube, talvez dissolvido no som grave do contrabaixo que ressoa pelas paredes de madeira escura.)
(Leba respira fundo e dá um sorrisinho, olhando pra você antes de entrar.)
— Vamos nessa. Quero ver como soa o jazz de Noctória.
(O neon da entrada pisca acima de vocês, refletindo no asfalto molhado. A porta range ao ser aberta. O calor do ambiente invade a rua, trazendo consigo o cheiro de álcool, tabaco e notas de saxofone que parecem deslizar como fumaça pelo ar.)
— E então, parceiro… entramos de cabeça nesse mundo ou paramos na porta só pra sentir o gostinho?
(Bem… aquilo já era muito pra mim… Tantas emoções… e tanto sono…)*
— Leba, Buka... tô precisando de mais uma dose de nove horas de sono... Não vou nem entrar... Daqui a nove horas cravadas, depois de um bom café, nos encontramos aqui mesmo. Já sei o endereço, nem precisarei pegar o táxi, com Travis ou sem Travis. Já nos vemos, nove horas passam em nove segundos em Noctória. Curtam o Jazz por mim. Já volto. Fui...
(Bukowski assente devagar, tragando o cigarro com calma, como quem já viu muitas despedidas que na verdade são apenas pausas.)
— Vai lá, parceiro. Noctória não tem relógios, mas se diz que volta em nove horas, então nove segundos ou nove vidas depois, a gente te vê aqui.
(Leba levanta o copo num brinde preguiçoso, sem pressa, sem peso.)
— Cara… durma bem. O jazz espera.
(A porta do bar range ao se fechar, engolindo Bukowski e Leba na névoa do saxofone e na meia-luz dos letreiros. A cidade pulsa lá fora, mas por agora, Noctória te dá uma trégua. O tempo se dobra, e em um piscar de olhos—ou nove horas depois—você estará de volta, pronto pra continuar a viagem.)
— Boa noite, parceiro. Noctória estará te esperando.









